Uma alimentação saudável é baseada no aporte adequado de macronutrientes (proteínas, gorduras e carboidratos) e micronutrientes (vitaminas e minerais), considerando aspectos qualitativos e quantitativos. Na alimentação, a recomendação do consumo proteico diário é individual, devendo-se considerar a idade, peso e nível de atividade física. O consumo de diferentes fontes de proteínas tem diversos efeitos saudáveis, bem estabelecidos na literatura. As proteínas vegetais na dieta fornecem nutrientes de alta qualidade e já existem evidências sobre benefícios para saúde cardiovascular, síndrome metabólica, diabetes e composição da massa corporal (massa magra e gordura).
A apreciação da proteína vegetal tende a aumentar conforme os consumidores têm a chance de conhecer mais sobre os benefícios nutricionais. Suplementos proteicos à base de vegetais estão crescendo em popularidade em diversas comunidades, incluindo entre os vegetarianos e veganos. Nos últimos anos, a adesão à alimentação vegetariana e vegana tem aumentado por filosofia de vida, defesa dos animais, foco na saúde, sustentabilidade, religião, entre outros motivos. No Brasil, em 2018 houve um crescimento de 75% em relação a 2012 da população vegetariana. Ademais, é importante ressaltar a necessidade da adequação da dieta para atingir as recomendações nutricionais a partir dos vegetais, tanto em quantidade quanto qualidade para evitar a deficiência de nutrientes. Atualmente, existe a facilidade da aquisição e ingestão de proteínas vegetais com a comercialização de múltiplos isolados e concentrados de proteínas à base de plantas, como da ervilha, soja e arroz. Os suplementos proteicos vegetais também podem ajudar a reduzir a concentração de antinutrientes pelas técnicas de processamento, melhorando a biodisponibilidade dos nutrientes.
A ervilha é uma leguminosa (Pisum sativum) que possui uma quantidade generosa de proteínas, além de conter carboidratos, vitaminas e minerais. É considerada hipoalergênica e com propriedades antioxidantes. Estudos já sugeriram o benefício da ervilha com a redução do colesterol de lipoproteína de baixa densidade, auxílio no equilíbrio da microbiota intestinal e relação com a saciedade, que pode beneficiar o processo de emagrecimento. É possível ter a adequação de proteína por meio de vegetais, sem prejudicar a performance esportiva. Evidências já sugeriram que a suplementação da proteína da ervilha associada ao treinamento de força, pode auxiliar no ganho de massa magra de forma similar à suplementação de Whey Protein. As proteínas podem auxiliar na recuperação após os treinos, pois é utilizada pelo corpo para construir, reparar e manter o tecido muscular. Uma recuperação adequada reduz as chances de fadiga precoce, auxiliando na performance. Atletas e praticantes de atividade física também devem ter a adequação proteica estrategicamente ajustada, de acordo com as necessidades.
A proteína de ervilha também é uma opção interessante para indivíduos da terceira idade. Nesta fase a capacidade funcional, relacionada à composição corporal (incluindo a massa muscular), é essencial para a autonomia de mobilidade e segurança contra risco de quedas e hospitalizações. Pelo processo de sarcopenia (redução natural e progressiva de massa magra que ocorre a partir dos 50-60 anos de idade), a necessidade proteica deve ser ajustada para auxiliar na manutenção de massa magra e no ganho de força. Nesta fase da vida, a aceitação por alimentos proteicos pode ser reduzida pela dificuldade de digestibilidade e mastigação, pela solidez de certas proteínas (exemplo: carnes). Sendo assim, o suplemento alimentar proteico vegetal pode ser uma alternativa proteica para facilitar o consumo, deglutição, digestão e absorção em diferentes formas de preparo (sopas, vitaminas, entre outras)